Cotas de emprego para PCDs

Cotas de emprego para PCDs

Desde 1991 há uma lei que obriga às empresas com mais de 100 funcionários a destinar de 2 a 5% de suas vagas de trabalho para pessoas com deficiência. Apesar de existir a quase 25 anos a lei ainda é cumprida com “deficiência”.

Parece até uma piada, uma lei para deficientes cumprida com deficiência; seria realmente engraçado se não fosse algo preocupante. Em torno de 24% da população brasileira tem alguma deficiência, física, sensorial ou intelectual, ou seja, há muitas pessoas que necessitam de uma atenção especial para desenvolver suas atividades diárias. É claro que dentro deste número que chama atenção encontraremos deficiências leves e severas, algumas que geram mais dependência do que outras.

Digo que a lei de cotas é cumprida com deficiência porque existem sim as vagas, porém acontecem casos que não são de acreditar: uma vaga de analista de merchandising, um rapaz com ótima formação superior e qual era seu trabalho? Carregar latas de tinta e colocar preço nos produtos da gondola! Saiba mais: http://oglobo.globo.com/economia/negocios/um-terco-dos-municipios-nao-tem-deficientes-no-emprego-formal-15211135

Na grande maioria dos casos o que acontece é que a pessoa com deficiência é contratada e depois do período de experiência é demitida com a justificativa de não ter se enquadrado na função. Isso faz com que muitas pessoas aposentadas por invalidez ou que recebem benefícios do governo tenham medo de ingressar no mercado de trabalho e não dar certo, perdendo seus benefícios. É valido salientar que alguns benefícios, principalmente os que são definitivos, são suspensos somente enquanto a pessoa esta empregada e caso ela seja demitida retornam ao normal. Há alguns inclusive que não cessam totalmente mesmo se a pessoa retorna ao mercado de trabalho, eles seguem de forma parcial, como incentivo.


Cotas de emprego para PCDs

Há casos em que as empresas vão postergando o cumprimento da lei até onde podem, alegando que não há pessoas compatíveis com suas funções. O que elas não revelam é que oferecem funções difíceis de ser exercidas por pessoas que tem deficiência. E assim seguem as realidades: pouca acessibilidade física, pouca intensão de realmente incluir, pouco investimento na área e quase nada em facilitadores que atraiam as pessoas com deficiência. Se a empresa consegue empregar com a estrutura que elas já têm, elas contratam, caso contrário, dizem ao governo que não encontraram funcionários compatíveis.

Para que a lei funcione de verdade é preciso que a empresa contratante esteja realmente engajada e queira verdadeiramente “incluir” a pessoa com deficiência em seu ambiente profissional. É aqui que mais uma vez a informação é tudo; os empresários não tem ideia do quanto pode se beneficiar um grupo de trabalho que inclui pessoas com deficiência. Sabe-se de relatos que a diversidade e a convivência trazem benefícios para ambos os lados; para mostrar estes dados há pelo brasil varias empresas de consultoria para conduzir este processo de inclusão com eficiência e mostrar ao empresariado que mesmo investindo em estrutura e acessibilidade o retorno é muito superior aos investimentos.

A maioria das pessoas com deficiência quando bem incluídas, adaptadas e incentivadas rendem mais do que as ditas “normais”. Isso sem falar na convivência com os colegas de trabalho, quando se dão conta que a pessoa com deficiência faz tudo o que ele faz e muito mais, sentem-se estimulados ainda mais. Para que isso aconteça é necessário adaptar o espaço físico para que a pessoa com deficiência possa ter mobilidade como as outras; há que rever os recursos tecnológicos para cada tipo de deficiência, conforme o cargo e suas funções; para garantir a integração no grupo de trabalho é preciso que os colegas tenham informação sobre a deficiência para poder lidar com as diferentes situações do dia a dia; há que treinar a pessoa com deficiência para que ela consiga exercer sua função da melhor forma possível, para que sinta realmente útil e motivada a trabalhar.

Caminhamos a passos lentos, mas seguiremos lutando para fazer valer nossos direitos e exerce-los como cidadãos que somos!

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